Corbu: da metáfora maquinista à biológica
"Nas últimas duas décadas da sua vida, Le Corbusier passou da metáfora maquinista à metáfora biológica: a "máquina de habitar" foi substituida, na sua retórica, pela "biologia da habitação".
As formas livres que encontamos nos seus últimos edifícios, como os lobos no Carpenter Center em Cambridge"...
..."são formas de expressão biomórficas e, dispositivos como as janelas "aératur", têm em mente fazer a estrutura comportar-se de acordo com processos biológicos" (in Ingersoll, Second Nature: On the second bond for ecology and architecture).
O "aératur", referido por Ingersoll está historiado no artigo "From l'Air Exact to l'Aérateur". Ignorando então o trabalho de Willis Carrier no que Stuart Cramer designara por "ar condicionado" em 1906, Corbu aventurou-se a experimentar a conjugação do air exact, um sistema de ventilação em circuito fechado inventado pelo Eng. Gustave Lyon, com o seu mur neutralisant, uma espécie de double skin, na "Cité de Refuge" de Paris (1932). Mal pensada e parcialmente executada a experiência foi desastrosa! Teriam sido os desastrosos resultados da sobre-exposição solar de uma caixa hermética com 1000m2 de vidro simples que levaram Corbu aos icónicos brise soleil que marcaram a sua arquitectura na transição da fase maquinista ("purista") para a "primitivista" da metáfora biológica em que se inscreve o aérateur.
Eis um tópico corbuseano que pretendo vir a esclarecer, confrontado com o contraste entre o discurso maquinista e os seus "desastres" e a beleza "orgânica" da Capela de Ronchamp ou da Maison Jaoul.
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