Impressões de Londres
Ao contrário da imagem hospitaleira do planeta azul visto do espaço que encantou John Glenn, Londres não encanta, vista de avião.
Impressiona o tecido mineral que se estende a perder de vista na enorme planície em que serpenteia o Tamisa que, ele próprio, parece contaminado pela castanha mineralização da paisagem.
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Não obstante, é legível com a aproximação ao aeroporto de Heathrow, a emergência do verde, num padrão mais atraente que distingue claramente o "west-end", do "east-end" que agora se quer qualificar aproveitando a ocasião dos próximos Jogos Olímpicos. Vejamos o que se conseguirá fazer com as pressões do tempo e dos mercados.
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Depois, cá em baixo, no terreno, já dentro desse imenso tecido urbano, surpreende-nos como ele consegue ser atraente e convidativo, ao ponto de nos esquecermos que estamos imersos num imenso formigueiro que congrega mais de sete milhões de seres humanos vindos de todo o mundo. Uma das cidades globais da exposição patente na Tate Modern que agora me dispenso de comentar.
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É certo que nos quedamos pelo tal "west-end", pelos seus bairros e parques cuidados ao pormenor quer no domínio privado quer, sobretudo, no domínio do espaço público. Bairros em que reina uma confortável harmonia a que não é estranha a normalização das casas prespassando quasi todo o espectro das classes sociais. Harmonia e escala a que não será estranha também a baixa altura dos edifícios e a uniformidade dos materiais.
"En passant", reconhecemos quão deprimente pode ser esta repetição,nos bairros da imensa periferia industrial que o Heathrow Express atravessa.
Mas, retomando a observação anterior, não me parece que seja só a harmonia, a escala humana e esse cuidado, resultante de uma congregação de multiplas acções que atrai e convida... O que já nao é pouco!
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É tambem a subdivisão desse imenso tecido urbano em bairros, pequenas cidades com os seus centros animados, plenos de urbanidade em que não é rara a persistência da memória de velhos burgos medievais.
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