Modernidade - razão e sentimentos
"O coração tem razões que a razão desconhece."Imaginemo-nos insensíveis ao calor, por velhice ou por doença; poderemos morrer enregelados ou deixar-nos queimar pelo calor de uma chama.
Blaise Pascal
A falta de sensibilidade na ordem biológica pode ser fatal!
Na ordem social pode ser trágica hoje, como foi o holocausto nazi!
Judenrampe - Birkenau
O problema da modernidade, do homem "post-histórico" de Roderick Seidenberg, apontado por Lewis Mumford, é o do império da racionalidade sem sentimentos, da inteligência instrumental sem sensibilidade, sem sensibilidade humana.
Instrumental e insensível, a inteligência amarra-nos inevitavelmente a uma lógica desalmada de poder, como a do capitalismo que é a do maior ganho financeiro, numa sociedade que faz a guerra por meios nunca dantes alcançados.
Uma lógica que não é só desumana, pois estende a toda a natureza o seu reducionismo maquinista. Aqui está a origem da actual crise que é não só social mas, mais ainda, ecológica.
"Mechanization takes command"!
Rob Rieman apela para a recuperação da "nobreza de espírito" face aos sinais de "mau tempo" que hoje se acumulam, ao encontro dos temores de Lewis Mumford n´"As transformações do homem" e das certezas de Roderick Seidenberg no "Homem post-histórico".
Zygmunt Bauman, em "Modernidade e Holocausto", lançava o alerta: não tomemos o holocausto como um assunto de judeus ou uma loucura à margem da modernidade!
Consequentemente, trata-se de nos defendermos, não apenas dos partidos nazis que são efeito, mas sobretudo da tecnocracia moderna que se está a instalar na nossa mente como um virus no disco duro de um computador.
Perfilhando uma visão pró-activa, trata-se de introduzir nesta sociedade tecnológica "um suplemento de alma", como diz Ellul. Muita gente, por este mundo fora, em Portugal também, está na sombra do dia a dia a construir alternativas e algo poderá emergir, não do nada como parecerá, mas no momento singular em que todos esses esforços se conjugarem impondo um novo rumo a este mundo. Então a "tina" entornar-se-à de repente!
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