Reflexões Planetárias

Saturday, January 05, 2013

O homem de Steve Cutts

O crescendo obstinado da Gruta do Rei da Montanha de Grieg traz-nos, por música, a história de Peer Gynt que decerto inspirou Steve Cutts.
Peer Gynt, esse arquétipo europeu individualista, feito de hubrístico prazer e engenho, vai saltitante por este mundo fora, deixando atrás de si um rasto de destruição e morte.
Na linear animação de Steve Cutts, a história acaba mal: Peer Gynt autocoroa-se rei da sua lixeira universal, é encontrado por dois alienígenas, esmagado e atirado para... o lixo!



Passo por cima da discrepancia entre esta interpretação psicanalítica do anti-heroi de Ibsen e o Homem de Cutts. Segundo os entendidos, o homem moderno só teria chegado à Europa há cerca de 40000 anos. Recuando até aos 500000 anos, a história de Steve Cutts começa com a chegada do Homo sapiens !
Mas esta história não atingiu o paroxismo na moderna economia de mercado? A produção cresce e, com ela, as montanhas de lixo: "The more it extends the volume of production, the more it must bury everything under mountains of suffocating vast". Para István Mészáros, "o conceito de economia é radicalmente incompatível com a "economia" de produção capitalista que, necessáriamente, somando o insulto à injúria, esgota primeiro com rapacidade os recursos limitados do planeta e depois agrava as consequências, poluindo e envenenando o ambiente com lixos e efluentes produzidos em massa."

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