Bem temiam os pais fundadores da nação americana
Acredito sinceramente que as instituições bancárias são mais perigosas para a nossas liberdades do que os exercitos em armas.
Se o povo americano vier a permitir que os bancos privados controlem a moeda, primeiro pela inflação e depois pela deflação, os bancos e as grandes empresas que irão crescer à sua volta, irão tirar tudo ás pessoas até que os seus filhos acordarão sem nada no continente conquistado pelos seus pais. O poder adquirido pelos bancos deve ser devolvido ao povo a que devidamente pertence.
Thomas Jefferson (1)
A Grécia está agora a servir para enfatizar o nosso "despesismo" (a par da perguiça, outra acusação que merece ponderação) como causa maior da actual crise financeira, pondo todas as culpas no vigarizado (por exemplo,na compra da casa) e esquecendo o vigarista (incentivos ao consumo e insustentáveis facilidades de crédito pelos bancos).
Esquece-se a causa fundamental da crise que foi a especulação bancária em que avultou toda especulação financeira do que se veio a designar por "produtos tóxicos", baseada nos empréstimos americanos sobre hipoteca, designados por "subprime".
Esta especulação financeira desviou capitais que deveriam ser aplicados na promoção da actividade económica, contribuindo para a actual crise económica.
Os previsíveis prejuízos que originou na banca acabaram por ser socializados, isto é, remetidos aos contribuintes para pagamento, exceptuando os mais ricos que fogem aos impostos por via dos paraísos fiscais, continuando assim a não contribuir nem para a economia nacional nem para as receitas do Estado.
Estado que, descapitalizado pela "socialização dos prejuízos" da especulação bancária bem como pela má gestão e pela corrupção, é obrigado pela Europa liberal de Maastricht a pedir emprestado à banca privada pela qual se endividou. Essa banca privada, seguindo a lógica capitalista, cobra elevados juros sobre o dinheiro que lhe é facilitado pelo Banco Central a baixo juro. Estes juros são catapultados por venais agências de notação privadas americanas que se chegou ao ponto de classificarem Estados-Nação, até agora com a complacência das altas instâncias europeias que estão assim a entregar o ouro ao bandido, isto é, a economia dos países membros impedidos de reagir à crise com a desvalorização da moeda por estarem na zona Euro, pondo em risco o Euro e, finalmente, a própria União Europeia!
Desarmados os Estados após trinta anos de desregulação ditada pelos fundamentalistas do mercado que lideram o FED, o FMI, e agora o BCE e a UE, estamos no cenário temido pelos pais fundadores da Nação americana!
(1) Esta declaração tem vindo a ser atribuida a Thomas Jefferson, 3º Presidente dos Estados Unidos de 1743 a 1826. Atribuição que tem sido contestada por não estar devidamente documentada e por conter possíveis anacronismos como o da referência à deflação, conceito que então seria desconhecido.
No entanto a referência à perigosidade dos bancos parece incontroversa... e é hoje, infelizmente para nós, uma realidade bem patente.
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