Toca a trabalhar!
"He works in order to live. He does not even rekon labour as part of his life"
Karl Marx (1847) Wage Labour and Capital
A sociedade tecnológica tem nos alemães os seus principais protagonistas europeus. O que não é de hoje.
Fixados na eficiência económica, os setentrionais nao compreendem a relutância dos meridionais pelo trabalho assalariado, pelo trabalho como um sacrifício ou obrigação abstrata e não como uma parte da sua vida, mesmo que sofrida como era a vida de antanho.
Para eles, os portugueses que vivem em Portugal não querem trabalhar, não são como os nossos emigrantes que lá trabalham. O que tem um fundo de verdade.
O mecanismo da "dívida soberana" é agora uma oportunidade soberana para pôr os portugueses a trabalhar em Portugal.
Mecanismo que acabará por contemplar a "restruturação da dívida" que só os mercados usurários rejeitam. A restuturação é tecnicamente necessária, para assegurar o pagamento de juros em função do crescimento económico que lhes interessa.
Tudo uma questão de "interesses". Deles.
Claro que lhes interessa que os portugueses consumam os produtos que lhes interessa produzir lá lucrando com a venda, e abrir oportunidades de negócio cá no que não lhes cabe ou interessa produzir lá, embora quanto à Alemanha, os seus interesses estejam, por ora, mais virados para oriente do que para a Europa e, muito menos para países europeus economicamente insignificantes como Portugal.
É a sua perspectiva da vida centrada na "eficiência" e não a inversa que temos relutância em aceitar, mas em que desatinadamente nos deixámos enredar.
A alma da sociedade tecnológica é a potência. Dentro dela temos que ser engrenagem. Não há alternativa.
Perdida a "alma" e, com ela, a ligação a terra, não resistimos à potência da máquina, divididos mecanicamente entre o trabalho e a (tele)diversão e, a espaços, sacudidos pelos solavancos da máquina que pula e avança. Como agora.
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