Reflexões Planetárias

Wednesday, March 06, 2013

Sobre a qualidade que falta nas nossas casas

A qualidade das casas é usualmente identificada com a qualidade aparente das formas e dos materiais quantas vezes duvidosa, discutível ou subjectiva; caprichos em que as pessoas se dispõem a gastar o que têm e o que não têm. Recursos que não estamos dispostos a gastar com outras qualidades entre elas a térmica.
A qualidade térmica e outras de ordem sensível mas não visual, não fazem parte inteira da qualidade que investimos na construção corrente e mesmo nas casas mais luxuosas e nos edifícios premiados. Estes não são necessariamente mais confortáveis, na acepção multisensorial do conforto.
E, não obstante, passamos grande parte da nossa vida dentro de casa, nas nossas casas com a familia e nos locais de trabalho, sofrendo todos os dias a falta dessas outras qualidades que suprimos cada vez mais com soluções de recurso e próteses mecânicas, equipamentos que criam dependências e consomem energia.
Tudo isso evitável se edificassemos e vivessemos com o clima.
Não o fizemos nos últimos 50 anos e o resultado está a vista em 4/5 do nosso patrimonio edificado. Que fazer aos milhões de casas que temos para satisfazer uma população mais exigente e envelhecida, face aos efeitos das alterações climáticas que estão infelizmente e cada vez mais na ordem do dia... tal como está o abastecimento de energia?
Que fazer a um património vulnerável?
Adapta-lo ao clima, reabilitar, projectar com o clima. Eis o enorme desafio com que somos hoje confrontados. Projectar mais com os conhecimentos do que com os equipamentos. Temos instrumentos para o fazer. Os que nos dá a concepção bioclimática da arquitectura.

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