Reflexões Planetárias

Saturday, July 13, 2013

A confissão de João Duque

O edificio da economia está muito bem construido... mas no lugar errado.
O que quer João Duque dizer com esta metáfora arquitectónica?
Simplesmente isto: que a lógica da economia conflitua com a moral.



Percebo que este conflito provoque um grande desconforto interior neste homem de formação cristã... embora isso não o demova de prosseguir na missão de propagar a fé na economia que confunde com a economia de mercado. É que a lógica do capitalismo que preside ao "darwinismo social" da economia de mercado, conflitua com a moral.
A lógica do lucro, da eficiência lucrativa.
De facto o capitalismo não se rege por leis morais.
Bem. Depois João Duque procura apaziguar a sua alma inquieta, com uma outra confusão entre eficiência e lucro, esquecendo que o lucro é a eficiência vista pelo lado das empresas e dos seus "shareholders" e não pelo lado da sociedade e, muito menos na perspectiva da sociedade integrada na natureza. E assim acaba por defender a ganância porque promove a eficiência e, com ela, mais coisas para todos com menos recursos e, portanto... a protecção da natureza!
Que mentes inquietas e confusas, as destas elites que recebem dos mandarins(1) as alavancas da formação dos jovens e da conformação da opinião pública!
Não admira que estejamos no estado em que estamos: numa crise económica que se aprofunda como se aprofunda o fosso entre os ricos e os pobres! Quando hoje, graças ao progresso científico-tecnologico, dispomos de meios que poderiam fazer a felicidade de todos nós!
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(1) No espaço de pouco mais de um ano o ISEG, presidido por João Duque desde 2009, "ordenou" (doutorou Honoris Causa) três figurões da religião do mercado: Ricardo Salgado, António Mexia e Eduardo Catroga (em boa companhia com Fred "Napoleon Dynamite" Mishkin).

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