O Tratado do nosso descontentamento
"Overdraft facilities or any other type of credit facility with the ECB or with the central banks of the Member States (hereinafter referred to as ‘national central banks’) in favour of Community institutions or bodies, central governments, regional, local or other public authorities, other bodies governed by public law, or public undertakings of Member States shall be prohibited, as shall the purchase directly from them by the ECB or national central banks of debt instruments."Eis o que diz o artigo 104º do Tratado Maastricht que rege a União Europeia.
Nestes termos, o estado português como qualquer outro estado membro da UE, fica proibido de imprimir dinheiro para financiar o seu deficit, passando a ser obrigado a pedir dinheiro emprestado com juros à banca privada que o pode pedir emprestado directamente ao BCE com um juro simbólico.
Com uma golpada traiçoeira perpetrada em 7 de Fevereiro de 1992, os signatários do Tratado colocaram, em termos jurídicos, o poder político debaixo do poder financeiro, subordinando o Estado e a Democracia à ditadura dos" mercados". Deram assim o pontapé de saída para a dividocracia sem fim que se tornou galopante em economias frágeis como a nossa, face à sangria financeira do Estado e dos contribuintes para salvar os bancos de uma crise que só se deve sua cupidez que está na lógica do capitalismo.
Mas então quem foram esses signatários da nossa rendição que levou à politica austeritária que está a destruir as nossas vidas?
Foram os os reprentantes do poder político de todos os estados membro da União Europeia... com Cavaco Silva à cabeça que por acaso era o Presidente do Conselho Europeu em exercício e que proferiu na ocasião mais um dos seus discursos grandiosamente vazios. E também assinaram por nós,o deputado europeu do golfe, então Ministro dos Negócios Estrangeiros e o impagável adiantado mental Braga de Macedo, então Ministro das Finanças.
Não temos que nos queixar dos bancos. Foram membros da democracia representativa que assinaram a sentença, com a ignorante passividade de todos nós.
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