A cidade o mercado e as novas tecnologias
São recorrentes os sentidos elogios que tecem, sobre o ambiente e a vida da cidade de Lisboa, muitos estrangeiros que por aqui passam.
A cidade, como todos nós, vai resistindo à ameaça dos "mercados" que se "desmaterializam de forma dramática".
Mercados que se "desmaterializam de forma dramática". O que quer isto dizer. Aliás, o que quer com isto dizer William Mitchell que sigo nestas linhas?
"Na velha cidade medieval, o "mercado" referia-se a uma praça, um lugar físico em que se mercadejava". O mercado estava "dentro" da cidade!
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"No tempo de Adam Smith, o termo começou a designar um sistema de trocas abstrato, espacialmente ambíguo, mais propriamente descrito pelas equações dos economistas do que pelos desenhos dos arquitectos." A sociedade está "dentro" do mercado!
Quando "caiu" a Bolsa de Wall Street dando lugar à crise financeira que se globalizou, não foi o edificio que colapsou nem o que está dentro dele! Foi algo de intangível que percorre as veias electonicas do homo economicus.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNaAoE8HKxvq3LtCj96K7vfAr0ar5dvsBiSLM6rovc-qBgaFUj0qWkNKUfDO6LOPywiz35gdBVsMIaq2Wmr95Ppj17YZ7xvbdfxIKYkMmLhvf40tlCln21Q9kp6gEws3plFhNUaA/s400/internet.jpg)
A eclosão das novas tecnologias nesta fase neotécnica, desvia competências da antiga fábrica da polis para o espaço electrónico, mas não lhe retira outras, do dominio do "ambiente", dos serviços públicos e da vida comunitária, patenteadas no elogio dos estrangeiros.
Caberá a todos os cidadãos e, em especial aos responsáveis pela governação das cidades, desenvolver essas competências urbanas para que a sociedade de mercado não colapse, observa William Mitchell. Assim sendo, o futuro desta sociedade depende afinal do futuro das cidades. A propósito disto e de uma polémica que está na ordem do dia, é oportuno considerar que os arquitectos terão que repensar - e não abandonar - a sua profissão!
É claro que estamos a aceitar como boa ou inevitável a economia de mercado e, com ela, a sociedade de mercado, o que não é hoje uma evidência!
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Fontes: A imagem da Praça Rodrigues Lobo num dia de mercado em Leiria, pertence à colecção do autor; a imagem da Internet foi encontrada no blog Rhema.
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