Da soliditas à sustentabilidade
No tempo de Vitruvio a arquitectura era uma forma de adaptação do meio a um status-quo que era preciso manter, quer ao nivel social quer ao nivel individual (utilitas e venustas).
Meio físico regulado por leis universais imutáveis (soliditas).
O meio ambiente subjacente à sustentabilidade de que hoje se fala, transcende esta concepção mecanicista. Não se trata agora de respeitar um meio físico redutível a determinadas leis geométricas e físicas como a lei da gravidade, mas de considerar a interferência num meio ambiente vivo em que estas leis são enquadradas em processos de regulação biofísicos.
Na acepção estática da soliditas, a sustentabilidade identificava-se com a sustentação física da construção, com a manutenção da sua estabilidade, com a durabilidade, a resistência ás forças da natureza, para servir os nossos designios ideais (utilitas e venustas).
O actual conceito de sustentabilidade enquadra a resistência física no conceito de resiliência: a resistência sustentada à adversidade do meio ambiente, a qual pode ser agravada pela nossa interferência na dinâmica do seu equilibrio biofísico.
A sustentabilidade pode ser aplicada em qualquer "ponto" do nosso sistema de vida, a seja o que for que nele participe.
Tudo se integrando em ecosistemas e estes na biosfera terrestre, temos a sustentabilidade ao nivel individual e social, da nossa sociedade e do seu sistema económico, bem como ao nivel dos ecossistemas, abrangendo as nossas relações com o meio em que vivemos.
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As faces representam relações triangulares das propriedades três a três e o sólido a unidade do todo, a integração total que é mais do que a soma das partes.
Poderemos realçar a importância ôntica da sustentabilidade, colocando-a no vértice da pirâmide cuja base é o triângulo vitruviano.
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