Descendo à terra
Ainda no dealbar da modernidade se acreditava -o optimista Leibnitz, por exemplo, acreditava- numa ordem imutável, desenhada pelo grande arquitecto, "inteligent design"; acreditava-se na música das esferas, no primado da forma e na beleza como expressão dessa harmonia universal verdadeiramente absoluta.
Hoje, o mundo afigura-se turbulento, criativo, aberto à mudança, num encadeamento de processos em que o futuro não está escrito no passado.
A criatividade e com ela a arte, ganha nova acuidade mas, do mesmo passo que a energia ganha nevrálgica importância, a forma cai da altura sublime em que reinava, para se inserir em processos de regulação, quer como simples factor de processo, quer como expressão surpreendente de uma ordem efémera alcançada em sistemas complexos, irreversiveis e instáveis, desde o vórtice em que se ordenam as partículas de um fluído turbulento, até aos sistemas prenhes de vida.
Coloca-se assim a relação entre a forma e a função em termos interactivos e, de permeio, o arquitecto tem que fazer pela vida... sem o patrocinio do grande arquitecto do universo.
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