Henry Moore
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgItRfVHFYpzzVXwF0XFOSasxJcIuYdSzX41c5aW52RfTbA8Cc3Ennsj_RdrLd3oY6jkjAJQVIbrdflMEWNmOEOKQQPmEruLLhrObL14iikw2QYVl-4lZ9qrgdXI-GHDaCgFdFvbg/s400/Moore_1.jpg)
Entendia Brancusi que "a simplicidade não é o fim implícito da arte, mas caminhamos para ela quando nos aproximamos da essência íntima das coisas". Maneira moderna de sentir, entender o mundo que Henry Moore levou bem longe!
A linguagem abstrata de Moore - linhas, volumes, espaços, superfícies envolventes - permite-lhe integrar sugestões múltiplas reforçando uma ideia essencial em formas de elegante simplicidade.
A pequena bola que, num jogo de alavancas, deslizou pelo plano inclinado até ao chão, sob a acção da gravidade, pode ser a semente que germina no vale; ou o pequeno mundo que nasce; ou a criança que brinca sob o olhar atento dos pais, envolvida no seu terno abraço, em sucessivas interpenetrações das tensas silhuetas espaciais, para quem se move à sua volta como a terra em volta do sol.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDlqsn-4jl_nshQRLlx7uEW0IGZUE9JwJRABtVq4T-1n9c6UYSN-OMVkxqK04svBVYydaKakutvHXUPS7yNHkLmyQIkOHgZDhF_ZgRA0j5Gasuj7MQX1jN-ycB-eijIVSa0xFDag/s400/Moore_5.jpg)
Neste jogo das formas, a ideia essencial que mais me toca nas obras de Henry Moore é a ideia, profundamente ecológica, plasmada no jogo de espelhos entre a Natureza da Maternidade e a Maternidade da Natureza.
De novo, a criança-semente que se aconchega no seio-vale da mãe-paisagem.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYe2772-nlfg-moqLpyeUL3SAXtDBtbeJtro46enF3fh5Z8k09WOAwHTjFfUVM62jCh84fKccokkWoyW7E8ZMooSTI_e9BGX52U0Qzz5hwKMnO5b-No7YBlwKVtgt_euz1snpdow/s400/Moore_2.jpg)
... E ainda mais me toca, quanto a horizontalidade ondulante das suas formas se encaixa na frondosa ondulação horizontal da paisagem que Moore bem conhecia!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAUyWcE4psawtmDjyfBHZqK0M6YQCNGARBo3Eafg6JdbotQH0rM_4tKt1kewev8E_BNW5jL_Es_6sEmnznqUfM9xmjDb6horrXVpqnZQ87pU1kvTiN4iCTm8u4qKhtTzlm6K9UoQ/s400/Moore_3.jpg)
É por esta ligacao essencial e não simplesmente pela escala que as obras de Moore pedem ar livre, o que pode ter experimentado quem passou o ano passado por Kew.
Duas "grandes" obras de arte , uma dentro da outra: Obras de Henry Moore nos "Kew Gardens".
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimOvcTe3SE15VkzO23R-b8PwmTVnwjcta6Zr3BZqpF4OG4heLexfnkR8bD2_liuelppW0m9g_eQOOy5nqHoJy22rQfjkUp9a7XrM6q4Vq1Fd-WXbLyTnqciGW-HF-LVO2JY2eQIQ/s400/Moore_4.jpg)
A arte de um Rodin, nos Burgueses de Calais, na figura protuberante de Balzac ou no corpo esquálido de um velho, quasi nos leva a acreditar que a linguagem da vida só pode ser figurativa. Mas a arte de um Henry Moore diz-nos que também a abstração pode caminhar no sentido da vida e não, necessariamente, no sentido contrário em que progrediu o ramo mecanicista da ciência e da modernidade.
________________________________________
Fonte das imagens: Fotografias do autor deste blog
0 Comments:
Post a Comment
<< Home