Reflexões Planetárias

Friday, June 05, 2009

O "factor humano"

Lucrativa ha um ano, a Toyota apontava para um défice de 3.4 milhões de euros no ano fiscal que terminou em Março passado (Mundo Diplomático, Abril 2009).
Paira sobre todos os que vivem do seu trabalho o espectro do desemprego, envolto na atmosfera de insegurança e incerteza acentuada pela recessão económica.

Grandes empresas como esta que vêm da era industrial, fazem das tripas coração para flutuar no mar fluído da globalização capitalista que hoje nos envolve e em que os volúveis mercados financeiros (des)regulam uma economia que vai perdendo as suas raízes locais.

Mas em última análise quem paga são os trabalhadores, a constelação de PME´s, a vida de cidades inteiras que cresceram com elas. Uma dessas cidades é Koromo, Toyota City desde 1951.

Não é irrelevante que o progresso industrial esteja sintonizado com a mecânica e a termodinâmica clássicas e que a sociedade em rede do capitalismo global o esteja com a "nova ciência" em que preponderam os sistemas afastados do equilíbrio.

Graças ás novas tecnologias, a sociedade industrial transita para uma sociedade da informação, em que o segmento intermédio da hierarquia piramidal, comum a todas as grandes civilizações do passado, é substituido pela rede informática que veicula uma fluída regulação impessoal.

Neste novo contexto, sinto pessoalmente como Richard Sennett que não conseguimos fazer uma profissão, ter uma carreira profissional, sentimo-nos descartáveis ou mesmo inúteis e, as comunidades locais, os estados-nação e instituições como os velhos sindicatos não se reorganizaram para resistir à corrosão do mercado globalizado.

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