Liberalismo e neo-liberalismo
O liberalismo classico é uma doutrina, um movimento ideológico que defende a liberdade dos cidadãos contra o poder dominante do estado.
Eclodiu há pouco mais de dois séculos contra o despotismo iluminado e emergiu há trinta anos de novo, no neoliberalismo, contra o poder do estado keynesiano, solução in extremis para pôr em ordem a casa desarrumada pela deriva financeira liberal que originou a Grande Depressão dos anos trinta nos Estados Unidos e na Europa depois da II Grande Guerra.
O neoliberalismo conduziu agora a uma nova recessão e, de novo renasce a necessidade de reforçar transitoriamente o papel do estado para voltar a arrumar a casa... à custa, mais uma vez, dos contribuintes.
Mas agora temos uma novidade. É que o neo-liberalismo favoreceu não só a privatização da economia mas também a sua transnacionalização nas ETN (Empresas Transnacionais) e a sua financeirização num mercado global que se rege como se fosse um casino.
Que não é, como mostra o Cisne Negro de Nassim Taleb! O que torna tudo mais incontrolável. Regulações em tendência, derivas que corrompem o poder político e outras instituições da sociedade industrial, incapazes de as sustar.
A economia globalizou-se mas a política não. O poder económico concentrou-se em ETN e portanto o liberalismo conduziu à globalização da dominação com os bancos a cabeça. Suprema contradição que não surpreenderia os "founding fathers".
A visão linear de um Hayek ansioso de liberdade contra um estado de servidão, porventura marcada pela crua realidade social que sofreu na pele, sossobrou perante a complexidade do mundo em que vivemos.
Mais uma vez caimos em excessos, neste caso da liberdade contra o domínio do estado, conduzindo não só a uma espécie de anarquia, excessivamente caótica mas também, num aparente paradoxo, a uma tendência para uma dominação global que Lewis Mumford designaria por maquinista.
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