As cidades no "fim do petróleo"
Temos que nos preparar para um mundo sem petróleo.
Para um mundo em que um mix energético não nos dará a energia abundante e barata proporcionada pelas reservas de combustíveis fósseis que possibilitou a sociedade tecnológica a que nos fomos habituando.
À medida que a tecnologia foi invadindo a nossa vida quotidiana, foi aumentando a nossa dependência tecnolológica e consequentemente a depedência energética. Com ela aumentou o nível médio de conforto mas também a insegurança.
A nossa sociedade tecnológica tem grandes vulnerabilidades e acusa, já hoje, sinais de insustentabilidade energética na instabilidade económica e social. O estreito de Ormuz sob a ameaça do Irão é disso lídimo exemplo.
Esta insustentabilidade é ainda agravada pelo crescimento da população de vastas sociedades emergentes como a China, envolvidas no vórtice tecnológico da globalização capitalista.
Atendendo à (in)segurança do abastecimento energético neste quadro de instabilidade global, torna-se pertinente um quantum satis de autosuficiência.
A par do aproveitamento dos nossos recursos energéticos endógenos, temos que racionalizar a utilização de todos os recursos, não só na indústria mas também nos transportes e nos edifícios.
Temos pois que rever, a bem ou a mal, o nosso padrão de vida que inclui a forma como temos vindo a organizar, eu diria malbaratar o nosso "jardim", nos últimos cinquenta anos.
A urbanização difusa aumentou drásticamente a nossa dependência do automóvel bem como os custos de manutenção de infraestruturas e equipamentos e, last but nor the least, piorou a urbanidade ; os edifícios que se fizeram irão obrigar as futuras gerações a reduzir o conforto para consumir menos energia.
A revisão do padrão de urbanização já deveria ter começado, pois a renovação do parque habitacional, entre reabilitação e reconversão, demorará algumas dezenas de anos. Digamos, cerca de trinta anos que é provavelmente o tempo que nos resta para abandonar o paradigma do petróleo.
É um enorme desafio à nossa capacidade de organização... .que é precisamente o que nos tem faltado nos últimos trinta anos que gastámos em iniciativas desencontradas ao sabor de pequenos e grandes interesses particulares de curto prazo, em que avulta o negócio de terrenos.
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