Reflexões Planetárias

Tuesday, April 10, 2012

Mapear o conhecimento!

O Prof. João Ferrão fechou a sua última conferência na Culturgest com uma deslumbrante imagem do firmamento...
Do firmamento científico!
Imagem tão deslumbrante quão necessária para quem recusa enclausurar-se numa especialidade, empurrado pelo progresso do conhecimento, pois reconhece a fecunda interação com outros ramos do saber e cultiva a sua participação na aventura colectiva do conhecimento.
Os mapas de ciência que têm vindo a ser criados, apoiam-se na recolha e tratamento de citações em publicações científicas, visualizando as relações interdisciplinares e entre publicações académicas.
Não é o caso do mapa do conhecimento reproduzido por Joao Ferrão. Os seus autores - Johan Bollen e outros investigadores dos Los Alamos National Laboratory e do Santa Fé Institute - aproveitam o enorme manancial de conexões que oferece o registo detalhado das consultas clicadas na net: o que eles designam por " clickstream".


Os autores apontam ao seu método três grandes vantagens em relação ao método baseado em citações: as interações acedidas na net ultrapassam largamente o volume actual das citações, refletem a actividade de uma comunidade muito mais alargada ás humanidades, ciências sociais e interdiciplinares, bem como refletem em tempo real a dinâmica do conhecimento disponibilizado nas publicações online.
Os autores dão a conhecer o seu "clickstream map" no artigo "Clickstream data yields high-resolution maps of science", disponivel aqui.

Vem a propósito uma observação lateral. A de que esta interação do conhecimento mapeada, está a ser fortemente cerceada pelas editoras que têm vindo a tomar conta da circulação da informação na net, como a Elsevier utilizada no "clickstream map"... o que não deixa de ser irónico!
Artigos científicos são feitos e revistos graciosamente pelos investigadores mas depois vendidos um a um na net.
Há investigadores que podem aceder a eles através de instituições académicas que os podem pagar... com crescente dificuldade. Este abuso do mercado está a ser sentido na comunidade científica, conforme se pode constatar em recentes abaixo-assinados, e artigos publicados em páginas pessoais, jornais e neste blog.

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