O Espanhistão
Falando de arquitectura dizia eu neste blog há cerca de um ano que uma arquitectura bem feita é "incompatível com uma economia que tudo subordina à contabilidade abstrata de interesses particulares de ganho e poder, o que não tem nada a ver com fazer bem as contas. Concretizando, é incompatível com a especulação imobiliária que combina negócios de terrenos com operações bancárias, a qual atingiu o paroxismo na crise dos "subprime" e agravou os problemas sociais e ambientais"...
A história da variante espanhola deste pestilento mecanismo especulativo vem contada com uma certa graça aqui e neste video:
Tudo isto nos soa muito familiar!
Ah! Mas em Espanha a escala é outra... Uma senhora bolha !
A terra é hoje, como tudo o mais, uma mercadoria, na lógica do capitalismo que se globalizou e extremou com a "financeirização" da economia. Os seus "efeitos colaterais" na sociedade e no ambiente, afiguram-se cada vez mais preocupantes.
Este comportamento mercantil contrasta com o comportamento de sociedades ditas primitivas que chegaram até aos nossos dias.
Levy-Strauss - em A Antropologia Face aos Problemas do Mundo Moderno - dá o exemplo de "comunidades indígenas da América do Norte e da Austrália que recusaram durante muito tempo - e continuam a recusar, em certos casos - ceder terrritórios mediante indeminizações por vezes enormes" no religioso respeito pela Terra-Mãe.
O tal "instrumento espiritual" de Hyams que lhes permitiu sobreviver, salvaguardando um delicado equilíbrio com a natureza.
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