Ai! Os bancos... alemães!
O Commerzbank é conhecido entre os arquitectos pela sua sede de Frankfurt: uma "torre de serviços" projectada por Norman Foster, sob o signo da sustentabilidade ambiental.
Se ela é de facto "sustentável" ou, mesmo se uma "torre" pode ser "sustentável" será, pelo menos discutível.
Mas o que é menos discutível é que o próprio Commerzbank seja sustentável, economicamente sutentável, atendendo ás notícias que nos chegam. Este que é o segundo maior banco alemão, é actualmente detido em 25% pelo Estado que nele injectou qualquer coisa como 18 mil milhões de euros!
Isto interessa-nos, já não como arquitectos mas como gente comum, dado que esta musica já nos é bem conhecida e que, por acaso o Commerzbank é um dos que nos quiz ajudar a agravar a dívida.
Mas não é só este Banco que toca as raias da insustentabilidade economica, mas grande parte da banca alemã que parece ser o elo mais fraco da economia germânica!
O Hypo Real Estate (HRE) é outro bom (ou mau!) exemplo. "Especializado no financiamento de projectos imobiliários e das colectividades locais anunciou na quinta-feira passada um lucro de 257 milhões de euros em 2011, contra um prejuízo de 899 milhões em 2010." Mas não nos deixemos enganar! "O grupo limita-se a lançar obrigações securizadas (Pfandbriefe). Os seus "activos tóxicos" que pesavam no seu balanço financeiro cerca de 173 mil milhões de euros, foram transferidos para um "bad-bank" batizado "FMS Wertmanagement", cujas perdas são inteiramente financiadas pelo estado alemão. Sejamos claros, os contribuintes pagam os rombos do grupo que foi nacionalizado depois da injecção de 173 milhões de euros em ajudas públicas diversas e variadas."
A tal música que infelizmente já nós conhecemos!
Mais um caso "edificante" é o do desmantelamento do Banco Regional WestLB deverá ser lançado ainda antes de Junho. "Quando esta operação terminar, o que já foi o maior Landsbanken do país e que já tranferiu 77 mil milhões de euros "de risco" para um "bad-bank", limitar-se-à a fornecer serviços financeiros ás caixas de aforro que controlam o seu capital em conjunto com o governo da região da Renânia-do-Norte-Westphalie."
Tirando a parte final é a tal música com notas de banco que nós infelizmente já conhecemos.
Depois de citar o caso do Deutsche Bank e de outros bancos alemães que exploram "confortaveis beneficios" que lhes concede a União Europeia (entre eles os empréstimos do BCE, negados aos estados europeus), Frédéric Therin interroga:
"Alors comment une économie aussi puissante a-t-elle pu produire un système bancaire aussi fragile?"
Vale a pena ler a sua resposta no artigo publicado no "Le Temps"!
Até apetece dizer que os bancos alemães, antes de serem alemães, são... bancos!
Actualização em 10 de Fevereiro de 2016: Sobre o Deutsche Bank
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As citações são retiradas do artigo de Frédéric Therin: "La banque, maillon faible de l’Allemagne" publicado em 14 de Março passado no jornal Le Temps.
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