Reflexões Planetárias

Wednesday, July 24, 2013

As falsidades do "amigo e colega" de Vitor Gaspar

"Parece incrível que um país tão importante para a Europa e o mundo como a Alemanha se possa permitir ao luxo de ter um Ministro da Economia tão ignorante e irresponsável como o senhor Wolfgang Schäuble. As declarações de uma pessoa com tanta influência e responsabilidade deviam ser bem medidas, mas o ministro alemão destaca-se pelas falsidades com que habitualmente recheia os seus discursos sobre os graves problemas económicos, não só do seu país mas de toda a Europa."
"Agora acaba de afirmar que são os mercados de trabalho "rigidamente regulados" que causam o elevado desemprego juvenil existente nos países do sul Europeu e, mais concretamente que a dificuldade para despedir os trabalhadores com experiência é que dificulta a contratação dos jovens."
É com sensível indignação que Juan Torres López comenta na sua página as recentes declarações do sr. Schäuble que mostram não só ser toldado por uma cegueira ideológica, mas também desconhecer o que se passa nos países do sul da Europa que invectiva, como Juan Torres prova com dados que teve o cuidado de colher e comparar, partindo de fontes confiáveis.
O elevado desemprego jovem deve-se sim à conjugação da quebra brutal da actividade económica com a precaridade que prevalece no emprego jovem, como Torres Lopes comprova. E não é o que nós que estamos no sul da Europa constatamos todos os dias?

Juan Torres remata o seu artigo apontado para a "origem do mal": "O que acontece é que este ministro, como o seu Governo e os outros ao serviço da Banca e das grandes empresas, tratam de aproveitar a crise e o tão elevado desemprego que está provocando, para impor no seu país e no resto da Europa um modelo social diferente, com uma repartição das rendas ainda mais favorável ao capital, eliminando os mecanismos de protecção social, os sistemas fiscais progressivos e impondo ainda maiores cortes salariais. E a maneira de convencer a população da bondade de medidas tão contrárias aos seus interesses é fazer crer que são convenientes para criar emprego e bem estar. Algo que continuarão a fazer enquanto a cidadania, os partidos e movimentos sociais não conhecerem bem as falsidades deste discurso, enquanto não tiverem outra alternativa que deite por terra as suas mentiras e não a difundirem por todas as esquinas."

O errado conhecimento da realidade toldado pela cegueira ideológica só pode dar asneira. Tivemos por cá experiência disso com o "amigo e colega" do sr. Wolfgang Schäuble: o "bravo lutador" Vitor Gaspar .

Com um, e o governo recauchutado sem o outro, a "luta" continua.
A"luta". Que luta? O comentário de Jordi Doménech ao artigo de Juan Torres, aborda o papel de Wolfgang Schäuble no desmantelamento da indústria da RDA, remetendo-nos para o artigo de Angel Ferrero La fiebre del oro: el expolio de la RDA.
De 1990 a 1994, em quatro anos de frenezim privatizador, a agencia Treuhand criada para o efeito, fechou 4000 empresas da ex-RDA, destruindo 2 milhões e meio postos de trabalho. Cerca de 85% das empresas da ex-RDA cairam nas mãos de alemães ocidentais, com o duplo fito de ficar com o mercado dessas empresas e de eliminar a concorrência.
Este projecto de encarniçado "darwinismo social", foi consumado no consulado CDU do arquitecto do Tratado de Maastricht, o Chanceler Helmut Kohl, pelo último Ministro do interior: o "amigo e colega" de Vitor Gaspar, Wolfgang Schäuble!
A Treuhand gerou ao estado uma dívida de 256 mil milhões de marcos incluida nos custos da Reunificação que ainda hoje os alemães estão a pagar mediante o Solidaritätzuschlag que quer dizer "Imposto de Solidariedade"... nome que Vitor Gaspar importou para o nosso IRS!
Pois é, Vitor Gaspar não foi elito "coisíssima nenhuma", assim como o outro Vitor, Constâncio ripostou aos deputados que só respondia perante os seus pares. Constâncio foi para Vice do BCE e Gaspar se verá para onde vai. Ficou em seu lugar, para já, Maria Luis Albuquerque que afirmou peremptoriamente que a política económica de Gaspar é para continuar. A "destruição construtiva" do "capitalismo de desastre", a política de desastre de Schauble-Gaspar, é para continuar, com Schauble-Albuquerque por ora. A luta continua! Afinal, conforme nota Ferrero, não propôs Jean-Claude Juncker em 2011 para a Grécia a mesma fórmula de Treuhand? Uma fórmula neo-liberal que se pretende exportar para toda a Europa de Maastricht.

1 Comments:

At 9:58 AM, Blogger Jo said...

Concordo com este periodo: "tratam de aproveitar a crise e o tão elevado desemprego que está provocando, para impor no seu país e no resto da Europa um modelo social diferente, com uma repartição das rendas ainda mais favorável ao capital, eliminando os mecanismos de protecção social, os sistemas fiscais progressivos e impondo ainda maiores cortes salariais."; isto tambem esta a passar em paises que nao estao a ser resgatados, e nao teriam motivo para o fazer, como o Reino Unido, mas aproveitam a "onda"...

 

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