Reflexões Planetárias

Sunday, April 11, 2010

Nunca vivemos tão bem!

Não nos deixemos vitimizar pelo medo, nunca vivemos tão bem! proclama Dan Gardner em "Risk - The Science and Politics of Fear". Nós que "temos a sorte de viver num país ocidental", como ele diz.

Nós, feitores e usufrutuários do progresso, nunca vivemos tão bem!
Mas os outros, o resto do mundo que está a pagar a factura?
Crescem os conflitos entre nós os "ricos" e os outros.
Poderemos nós, mesmo os mais empedernidos nihilistas, ignorar os crescentes custos do progresso que por este caminho acabarão por se tornar insustentáveis?
Dan Gardner prova à exaustão que o medo é abusivamente explorado na manipulação da informação por interesses mediáticos e outros interesses económicos e políticos, mas teremos que concordar que o progresso combina vulnerabilidades com riscos acrescidos, o que não nos deixa muito descansados.

Aspecto dantesco do Eyjafjallajokull no dia 17 de Abril de 2010

Depois... bem, depois vem a propósito reflectirmos sobre o que é para nós "viver bem". Será "viver melhor" redutível a índices de crescimento como o do consumo, da altura ou da esperança de vida?
"Mais ricos mas não mais felizes" indiciam estudos sociais recentes, porventura contestados pelos "optimistas". pois que a infelicidade fere de morte a modernidade!

Nota: O reflexo da erupção do Eyjafjallajokull na aviação civil trouxe a público a perspectiva economicista das companhias aereas sobre a fixação de um nível seguro de cinzas vulcânicas, fazendo-o depender de um "trade off" entre os custos da suspensão de vôos e as indeminizações em caso de acidente. Preocupante!
A perspectiva tecnicista demora-se na construção de motores mais resistentes, mas não nos enpenhamos na construção de uma solução multimodal de transportes para a Europa.
Estou com os que pensam que assim não vamos a parte nenhuma! Vamos por esse descaminho com as soluções caso a caso que nos impingem os que estão do lado do problema.
Não estou com eles e com os seus pares da "fuga para a frente" com mais do mesmo, nem me atrai o regresso à "pedra lascada".
Seduz-me a hipótese de colocarmos as cidades e as tecnologias do lado da solução e não do problema numa sociedade participada, empenhando-nos na construção de uma vida melhor...
Para todos. Não só para "nós"!
Temos hoje capacidade de sobra para o fazer! Partilho nestes termos o optimismo de Dan Gardner.

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