Reflexões Planetárias

Friday, June 10, 2011

Desafio à esquerda

"Procuraremos fazer mais e melhor, pelo menos", prometeu ás cambalhotas o jovem tenor da metade direita do centrão que, à mercê de interesses particulares de curto prazo, nos governa há 30 anos!
Cerca de metade dos eleitores inscritos, descontando os fantasmas, apoiou os partidos do arco da governação: PSD, PS mais o "one man show" que se chama CDS.
Ao que suponho, não troca o certo pelo incerto, isto é: grande parte da informe classe média a que pertenço prefere seguir o programa da "troika" e submeter-se aos "mercados financeiros", a libertar-se deles.
Será que, amolecidos por mais de 20 anos de euromilhões acreditam que, entregando todo o poder à direita - um governo, uma maioria e um presidente, finalmente - o crescimento económico estará, se nos portarmos bem, a dois anos de dificuldades e, com ele, o regresso à boa vida do cavaquistão [1]?
A outra metade não pensa assim...
Ou não pensa nada!
Aí está a "esquerda" residual, dividida entre utopias falhadas e irrealistas, incapaz de forjar um projecto credível e mobilizador.
Mas, se não se quer condenar à irrelevância, não é o que tem que empreender numa resposta à altura da enorme derrota que sofreu nestas eleições e do desafio que se coloca aos portugueses?

[1] Eu não acredito. Penso que, por este andar, o liberalismo se irá intensificar, acentuando-se as desigualdades e os conflitos sociais na exacerbada competição de um capitalismo sem travões, cabendo ao Estado facilitar os negócios e gerir os conflitos. Quem me dera estar enganado!

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