Furia demoníaca da Natureza!
Reacção do "novo" governo aos resultados da tempestade no Algarve por via do novo mInistro Calvão da Silva, de que já conheciamos o espírito de entreajuda e solidariedade... com o Espirito Santo(1).
Estamos a ver porque é que o Senhor (dos) Passos andava com um crucifixo no bolso!
"Fúria da Natureza"... Pronta presença do governo com uma palavra amiga... não esperem mais. Logo vem a bofetada da subsídio-dependência; esse género de coisas é para grandes bancos falídos e rentistas. Tratem mas é de fazer um seguro. As seguradoras estão cá para nos proteger do infortúnios da vida. É o governo a deixar o mercado funcionar(2)!
Senhor Ministro! Deixe lá a Natureza que tem os seus leitos de cheia que os senhores da especulação imobiliária não respeitam, a administração pública não faz respeitar... e nós deixamos!
Nem uma palavra sobre as medidas de mitigação e adaptação em relação ás alterações climáticas que continuarão a ser postergadas enquanto nos entregarmos a Deus e ao mercado. Menos sacos de plástico e mais
cimeiras sobre o clima poderão sugerir-nos que estamos no bom caminho, mas o caminho só se faz andando e nós continuamos parados, sem nenhum projecto colectivo que nos mobilize ligando ingentes preocupações ambientais e sociais que apelam para todas as escalas de intervenção social.
A situação não é para menos se considerarmos, seja por prudência que, fenómenos extremos como este, aumentarão de intensidade e frequência no nosso país, por efeito das alterações climáticas. Circunstâncias geo-climáticas, a par da insensata ocupação do território nos últimos cinquenta anos,
agravaram a vulnerabilidade ambiental que partilhamos com os outros países da franja mediterrânea duma Europa não-solidária,
como vemos na forma como está a tratar a onda de refugiados que fogem da guerra e da seca prolongada.
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(1) "O espírito de entreajuda e solidariedade" é um princípio geral de uma sociedade e Calvão da Silva considera que "é natural, pois, que um amigo possa e tenha gosto em dar sugestões, conselho ou informações a outro amigo",
noticiava há tempos o Expresso, a propósito dos doze milhões euros que o banqueiro Ricardo Salgado recebeu do seu amigo de longa data, o construtor José Guilherme.
(2) Sempre gostava de saber, para meu governo, quanto povo está com este homem bom que saiu da pobreza, tal como Cavaco veio do povo.