Reflexões Planetárias

Monday, October 23, 2017

S. Pedro pela mão de Deus

Água e Ar. O tremendo e fremente mar de S. Pedro de Moel que nos enche os pulmões de maresia e a alma de infinito, num encantador dia de outono:


Terra e Fogo. A "catedral verde e sussurrante" é agora um deserto ainda fumegante, vitimada pelo maquinação diabólica de um economicismo ignaro. Um deserto cinzento, desolador que temos de atravessar penosamente para chegar ao oásis de S. Pedro de Moel. O casario (ainda) encastoado no "verde pino" e olhando o mar, glosa apesar de tudo o mote do poeta(*).

S. Pedro é hoje uma ilha paradisíaca por mão divina. Talvez Poseidon.
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* O S. Pedro de que falamos nasceu na "Casa-Nau" de Afonso Lopes Vieira, o poeta de S. Pedro de Moel. Nasceu há pouco mais de um século, ali, "onde a terra se acaba e o mar começa..."

Saturday, October 21, 2017

Catalonia (mais uma vez)

Poderia ter havido diálogo, em vez disso tivemos uma intervenção do estado.
Ada Colau
Extremam-se as posições na Catalunha e entre a Catalunha e o poder central Espanhol.

*

Omnium Cultural, ANC e CUP numa convergência, também ela de extremos, entre o nacionalismo catalão e a esquerda libertária, mobilizam multidões de independentistas exacerbados pela aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola de 1978, marcada pelo nacionalismo autoritário do governo central do PP que ainda mantém raízes franquistas. Má política dos dois lados, num mix explosivo que afasta para já as nossas melhores esperanças!

A língua e a história ligam Portugal à Catalunha.
No domínio do românico peninsular, o castelhano introduz-se como uma cunha entre o português e o catalão com maior afinidade entre si, como expressivamente diz Ferran Soldevila.
Ambos lutámos ao mesmo tempo pela independência que nós restaurámos, porque Filipe IV de Espanha escolheu conservar a Catalunha, nela concentrando o seu poder militar. Já lá vão quase quatrocentos anos.
Hoje, gostaria de compartilhar a peninsula Ibérica com uma nação catalã integrada numa federação espanhola democrática. Estas as esperanças para já arredadas.
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*fonte: La Vanguardia (edição electrónica de 21 de Outubro de 2017)

Máquinas do futuro

Captar o CO2 atmoférico, armazená-lo e aproveitá-lo depois em usos multiplos, fechando assim o ciclo da energia, leva a ideia de sustentabilidade ás suas últimas consequências.
Uma máquina instalada na Suiça, perto de Zurich capta o CO2 atmosférico que é depois aplicado em estufas hortícolas, na produção de bebidas carbonatadas ou de combustiveis carbono zero.



Conter as emissões de CO2 é uma das principais medidas de mitigação, mas não é realista considerar que será suficiente para conter o aquecimento global, o que levou o "Acordo de Paris" a assumir que complementarmente haverá que encontrar formas de retirar CO2 lançado na atmosfera... a uma escala épica!
Aqui temos uma das formas de o fazer... numa escala ainda bastante modesta!

Não sendo pelo technical fix reconhecemos que, face à aceleração do Aquecimento Global, máquinas como esta, sendo favorável o seu custo do ciclo de vida, terão o seu lugar integradas no tecido urbano das cidades do futuro e no contexto de um vasto leque de outras medidas de mitigação e adaptação.... se conseguirmos vencer o economicismo estreito, subordinado à eficiência lucrativa das grandes transnacionais que conduziu a esta situação que, na dimensão e multiplicação dos desastres ambientais, parece tomar foros de calamidade pública à escala planetária.