Como será o edifício do futuro?
Não faço ideia de como será o edifício do futuro... ou mesmo o futuro!
Espero que não seja um qualquer distópico futuro de "smart bunkers" em "gated comunities".
Descartando este distópico cenário em Portugal, não gostaria de ver mesmo uma passivhaus como uma "machine á habiter", uma "smart house" numa "smart city".
Este é o meu ponto de vista:
Na sua obra seminal "Portugal o Mediterrâneo e o Atlântico", Orlando Ribeiro como Köppen, repartiu o nosso pequeno país em duas regiões geoclimáticas - mediterrâneo e atlântico - reflectidas na arquitectura popular.
Mas hoje a frugalidade tradicional cede à penetração de novos padrões de vida, o envelhecimento da população cria novas exigências e, a rotura dos ecossistemas coloca novos desafios, na intensificação dos fenómenos extremos, na mediterranização e mesmo na desertificação.
Assim eu penso em primeiro lugar em termos de estratégias e não de formas. Estratégias bioclimáticas, nas quais as estratégias de verão tenderão a prevalecer.
Mais, "desenhar com o clima" não chega. Teremos que ir mais longe e "desenhar com a natureza" não só edifícos, mas cidades, regiões, respondendo aos desafios eco-sociais que aí estão.
Foi em síntese nestes termos que respondi à última das três perguntas que foram colocadas ao painel constituido pelos arquitectos German Velázquez, João Paulo Cardielos, Francisco Moita, pelo Engenheiro Manuel Duarte Pinheiro e por mim próprio, que teve lugar na V Conferência Passivhaus Portugal realizada o passado dia 29 de Novembro em Aveiro.
Lloyd Aalter, editor da revista "treehugger" que também foi convidado a participar, não pode estar presente mas mandou a seguinte apresentação:
portugal-passive-1080p from Lloyd Alter on Vimeo.
São patentes as suas preocupações eco-sociais radicadas na experiência norteamericana que aliás partilho.