(In)eficiência energética e (des)respeito pela Natureza
Vivemos nos últimos 200 anos um período excepcional de energia abundante, à custa de reservas acumuladas ao longo de milhões de anos. Neste curtíssimo intervalo de tempo esbanjámos talvez metade!
Se a energia abundante e barata tem os dias contados, estaremos em vias de regressar à energia escassa e cara que com o "aquecimento global" compõe um duplo desafio ao nosso ímpeto civilizacional.
As reservas naturais de combustíveis fósseis já cá estavam no dealbar das grandes civilizações que não as exploraram. Energia intensivas como a nossa, exploraram outras, designadamente as reservas florestais e os solos, desertificando regiões inteiras como os vales do Nilo, do Indo ou a Mesopotâmia.
Tal como a nossa civilização, também elas se enredaram num encadeado de processos de regulação em tendência. Embalaram como comboios desenfreados e acabaram por cair numa espiral decrescente de rendimentos marginais que as levou, bem como nos poderá levar a nós, ao colapso.
Acontece que nós fomos mais longe do que as civilizações do passado na exploração da Natureza, por via da moderna aliança tecnico-científica , com o engenho que nos conduziu à exploração global da reserva milenar dos combustíveis fósseis, provocando roturas planetárias. Como reza o ditado popular: " de cada vez que a história se repete, a parada sobe".
Seremos capazes de aprender com a história, com os erros do passado e arrepiar caminho a tempo?
Não está fácil! Porque razão? A principal razão para o negacionismo e o fracasso dos esforços de contenção energética do processo "Protocolo de Quioto", não residirá na persistência da efectiva falta de respeito pelos outros, humanos e não humanos, pela Natureza?
Dou razão a Lynn White. Não havendo respeito, não conseguiremos fazer nada de jeito!
Portanto, não há uma solução meramente técnica para os designados problemas “sociais” e "ambientais".
É preciso melhorar a eficiência perdendo a arrogância!