Desregular: Desmantelar a REN

REN, Reserva Ecológica Nacional e não Rede Electrica Nacional!
Não me surpreendeu mas não deixou de me chocar a noticia publicada no jornal Público acerca do desmantelamento da REN.

É consabido por todos nós que acompanhámos o nascer da REN por ocasião da primeira leva de PDM´s que a REN enferma de erros e vícios, desde logo na sua delimitação.
O seu impulsionador, prof. Ribeiro Telles, é o primeiro a reconhecê-lo.
Honestamente, o que seria de esperar é que fossem progressivamente corrigidos e não servissem para a denegrir e aproveitar ao sabor da especulação imobiliária, como denuncia o Prof. Ribeiro Telles.
Edís e técnicos das câmaras municipais foram coniventes neste processo, por ignorância ou interesse. Infelizmente, mesmo arquitectos paisagistas com grandes responsabilidades, deram a sua contribuição para a campanha negativa que conduziu ao desmantelamento da REN que se anuncia com a sua repartição por diversos domínios, congeminada num superministério cujo pragamtismo mistura ignorância com insensibilidade ambiental.
O que se está a perpetrar com esta repartição das áreas tuteladas pela legislação da REN é, evidentemente, a extinção da Reserva Ecológica Nacional. O que significa que o MInistério de Assunção Cristas e o Governo de Passos Coelho não reconhecem importância vital à conservação da "estrutura ecológica" do nosso país!
Na sua óptica mercantil do mundo, a Natureza deve ser para eles não mais do que uma soma de recursos que devemos inventariar e entregar à iniciativa privada, para os "gerir" no nosso exclusivo interesse. Nosso... deles. A Natureza, não mais do que "recursos naturais"... assim como nós humanos, não mais do que "recursos humanos". O resto é poesia!

Resgatar Portugal

"...a par do mal-estar e do medo do que virá a seguir, cresce a indignação e fervilham por todo o mundo muitos projectos alternativos..."

E eis que, de repente, o mês de Setembro nos trouxe novidades! A descarada insensibilidade social do governo PSD-CDS, patente numa inacreditável "gaffe" politica do jovem Passos Coelho, causou viva indignação em largos sectores da sociedade civil, expressa nas manifestações cívicas do dia 15 e da passada sexta-feira:

Será que estamos em vias de passar de um povo de bananas a um povo de tomates? Vamos admitir que sim. Nesse caso, estará na hora de mandar embora os "sacanas"!
Estas manifestações vieram dar apoio substantivo e ânimo ás hostes dos que, entre nós, denunciam o memorando de entendimento como uma receita falhada e empobrecedora e estão vivamente apostados em ponderar propostas alternativas credíveis (1).
Parece evidente, que estas propostas não poderão ser veiculadas por este governo PSD-CDS remodelado que seja, pois que, apostado na sua cruel experiência de "destruição construtiva"(2), parece estar a perder a legitimidade democrática alcançada nas últimas eleições legislativas.
Precisamos pois de construir um projecto colectivo mobilizador com a comparticipação nevrálgica da nossa intelligentsia... e de eleger um novo governo capaz de o levar por diante.
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(1) Vamos lá ver se "outros" economistas, embuídos de genuína sensibilidade social e ecológica, limpam a face da economia, desfigurada pela tecnocracia dos "neo-clássicos" que estão a contribuir para a destruição do nosso país e da Europa!
(2) Destruição do nosso tecido socio-cultural que inclui o mundo das PME, em favor de uma "sociedade de mercado" subordinada à logica mercantil de um punhado de grandes empresas de exportação, tendencialmente ETN (Empresas TransNacionais).