Euro 2014
A Europa é hoje dominada pelo polo germânico do capitalismo [1].
Uma centena economistas [2] está a tecer um sistema de poder de matriz calvinista, austeritário para os povos.
Eles são os sacerdotes de uma facção da religião laica "moneteista", a economia de mercado, em que dominam os "eleitos" - os" ricos" - e, por via do progresso tecnológico, os grandes grupos economicos (ETN, Empresas Trans-Nacionais) na economia e os grandes bancos, ditos "mercados", na finança. Não será de estranhar que estes sejam predominantemente germânicos.
Este sistema de poder capitalista estende os seus tentáculos por toda a Europa servindo-se da Comissão Europeia e dos representantes do governos que integram o Conselho Europeu, como o de Passos Coelho, cujas torpelias, indigência e corrupção tolera, porque cegamente obedientes ao seu credo e aos seus interesses.
Face aos sinais de devastação social que esta política de austeridade já está a desencadear e receando os resultados das próximas eleições europeias, os governantes europeus desdobram-se agora numa barragem de declarações concertadas no propósito de convencer os povos (e convencer-se a si próprios?) do sucesso da europa mercantil e dos programas de ajustamento: uma opera buffa representada no palco mediático por titeres políticos e assistida por uma esquerda desmoralizada e sectaria, incapaz de se unir em defesa do essencial: o bem comum.
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[1] Considero, a ocidente, três polos fundamentais no capitalismo: o germânico calvinista em que ganhou peso o ordoliberalismo, o francês racionalista hoje marginal(?), e o anglo-saxónico pragmático, sem menosprezar a influência primordial da "escola austríaca" na neoliberalização em curso.
[2] Segundo Ricardo Cabral, na conferência que também contou com a participação de José Castro Caldas (IAC), realizada ontem, 29 de Janeiro, no Centro de Informação Urbana de Lisboa, precedendo a entrega hoje, na Assembleia da República, da Petição "Pobreza não paga a dívida: renegociação já", promovida pela IAC (Iniciativa para a Auditoria Cidadã) e subscrita por mais de seis mil cidadãos.