Os edifícios e as máquinas
Não vai longe o tempo em que os edifícios eram quase só habitações que se contavam como "fogos", pois elas centravam-se no fogo que crepitava no fogão. Fogo que aquecia os alimentos e os corpos nas noites frias de Inverno. E também as almas.
O termo ainda hoje se emprega, embora o fogo avulte apenas nas habitações mais pobres que, felizmente já não fazem a maioria entre nós. Nas outras, ficou o seu carácter congregador, associado a magia do fogo na simbólica lareira.
E hoje proliferam muitas outras espécies de edifícios que não são habitações no tradicional sentido de lar: não se centram no fogo da lareira.
Foi-se o fogão como única fonte de energia no lar mas vieram as máquinas utilizadas em toda a espécie de edifícios que vão beber a outras fontes longínquas.
Necessitamos de mais energia para o funcionamento das "máquinas" que utilizamos na construção dos edificios, bem como na extracção, fabricação e transporte dos materiais que neles aplicamos.
Necessitamos de mais energia para o funcionamento das máquinas que neles utilizamos na nossa vida quotidiana.
Não são os edifícios mas as máquinas que "consomem" energia, pelo que muitos de nós que concebemos e construímos os edifícios, somos levados a pensar que não são da nossa conta os problemas sociais e ambientais criados pelos crescentes consumos de energia, designadamente: a insegurança do abastecimento energético, o esgotamento de combustíveis fósseis e o aquecimento global associado ao seu ciclo de vida útil.
Mas também são, na medida em que remetemos para as máquinas a solução de problemas que poderiam ser melhor resolvidos pelos edificios ou mesmo ser evitados.